quarta-feira, 4 de março de 2009

Relato de um doente

Pecamos por não valorizar nossa saúde quando a temos. Pode soar estranho, mas é só ficarmos doente que damos um valor imenso àqueles dias que acordávamos sem queixas de dor. Pergunte pra qualquer doente se o desejo dele naquele momento é ter uma Mercedes Benz, uma mansão na Costa do Sauípe, um jatinho particular, ou a sua saúde de volta. Por mais que existam loucos, a maioria deles ainda optaria pelo bem estar.
Com a saúde plena, os problemas da vida tornam-se prioridade, como aquele emprego que você não tem, ou aquela reforma em casa que você não sabe como fazer. Mas sem ela, parece que todos estes problemas viram faíscas, diante de um fogo que nos consome, chamado doença.
Dizem que as doenças têm um cunho emocional. E dizem também que o Lula é o melhor presidente que o Brasil já teve. Não que eu discorde piamente da idéia (da primeira, claro), mas acho que fica muito vago jogar a culpa no emocional. As bactérias e os vírus também têm a sua culpa no cartório, estas criaturas que são assustadoras... ao serem olhadas através das lentes de um microscópio. É difícil entender como coisas tão pequenas fazem estragos tão grandes. Nosso corpo é mesmo muito frágil.
Quando a doença acaba, a gente mergulha na rotina dos problemas do dia-a-dia e, de novo, esquecemos de dar valor à nossa saúde, aquela que poucos dias atrás rezávamos para tê-la de volta.
Em um dia que tudo dá errado, pare e pense que o que importa mesmo é ter saúde para viver o nosso bem mais precioso: a própria vida.